O artigo estuda o efeito causal da confiança na disposição de pagar impostos mais altos para ajudar os necessitados em uma amostra de 29 países da Europa Oriental e do Sul e na antiga União Soviética e Mongólia. Supõe-se que a confiança interpessoal leve a uma maior disposição de pagar impostos para ajudar os necessitados, já que (i) a confiança aumenta a probabilidade de ajudar estranhos; (ii) a confiança promove solidariedade e cooperação ao trabalhar para resolver problemas comuns na sociedade; e (iii) a confiança reduz a suspeita em relação ao uso indevido percebido de dinheiro redistribuído. Três conclusões principais são que, quanto mais as pessoas confiam umas nas outras, mais estão prontas para apoiar o estado de bem-estar social; o efeito da confiança no apoio ao estado de bem-estar se mantém mesmo em um ambiente contextual caracterizado por níveis de confiança bastante mais baixos e sistemas de redistribuição relativamente subdesenvolvidos; e maior confiança no nível individual promove o moral tributário e ajuda a impedir a evasão fiscal.